Com a 1ª Jornada da 2ª Divisão da LPLOL quase a começar, decidimos conversar com o capitão e mid laner dos Hexagone eSports, Tiago “Silvestre” Oliveira, sobre a experiência da equipa no Relegations, as suas perspetivas acerca da 2ª Divisão e os objetivos da equipa para este 1º Split.
Num momento de introspeção, gostariamos que fizesses uma análise ao atual roster da tua equipa. Depois de um Relegations com os seus altos e baixos, qual o ponto que consideras ser o mais débil e qual a vossa característica com mais capacidade para destruir o Nexus adversário?
Somos uma equipa recente, mas com grande potencial em todas as lanes. Não vou entrar em detalhes sobre os nossos pontos fracos ou mais frágeis (como é óbvio), mas acho que o ambiente nem sempre é o melhor entre nós. De qualquer maneira é algo no qual estamos a trabalhar para não nos prejudicar! Quanto aos pontos fortes, como disse temos todos um grande potencial. O Flamer é um jogador inato e está mais que pronto para mostrar que merece um lugar no topo, no bot temos o Pato, que acaba por trazer uma experiência mais “veterana” à equipa , e o Kaiba, que com o devido trabalho tem possibilidade de ser um dos melhores junglers da scene! Além disso, acho que temos uma macro sólida, mas que ainda precisa de ser trabalhada.
Pela segunda vez lideraste uma equipa rumo à LPLOL. Assenta-te bem este papel de líder ou preferias um lugar com menos responsabilidade?
Os StreakNation foram uma coisa diferente. Criámos a equipa com o objetivo de entrar na LPLOL e subir, claro, mas não tínhamos a pressão que outras equipas têm agora, não tínhamos de mostrar resultados, porque não estávamos como 1ª equipa de nenhuma organização, por isso foi mesmo fazer o nosso melhor antes e depois da LPLOL e conseguir a manutenção. Nos Hexagone é diferente. Estar a jogar com outros 4 jogadores que nunca tinha jogado antes exerce outro tipo de pressão e de mentalidade, que por vezes não consigo ainda ter. Nunca fui um líder nato e tento aprender com os erros que cometi no passado, mas mesmo assim tento aplicar o que aprendi com a minha antiga equipa na minha equipa atual.
O que pensas que falhou durante o Relegations, depois de um primeiro jogo vitorioso contra os Oppai e como toda essa aprendizagem vai ser transportada para a disputa da Segunda Divisão?
Não diria que algo falhou, diria antes que houveram coisas que correram menos bem. Sim, de facto tivemos uma vitória sobre os Oppai, mas no jogo a seguir jogámos contra a equipa mais difícil do Relegations e com o meu choke no 1º jogo, o 2º não correu tão bem. Na losers perdemos contra os Why Esports e fomos eliminados aí. Contudo, acho que este foi o Relegations mais difícil e com mais equipas com possibilidades a entrarem na 1ª Divisão!
Estamos curiosos por saber a tua opinião em relação a um aspeto do LoL a nível competitivo. Qual dos dois fatores é o mais determinante: cansaço ou nível competitivo elevado? Preferes um dia “louco” a nível de número de jogos como foi o Qualificador ou preferes um formato mais pausado, mas com uma elevada qualidade de skill como foi o Relegations?
Claramente que respondo o fator descanso, porque consegues estudar os teus oponentes, consegues treinar o que queres jogar contra os teus adversários, falar um bocado entre os jogos, fazer uma pausa para refrescar as ideias, enquanto que num torneio que dura um dia inteiro é jogo, atrás de jogo, atrás de jogo, quase sem pausa para almoços ou jantares. Acaba por não ser benéfico para ninguém, pois não há jogos com a qualidade que deveria haver, os jogadores acabam por ficar exaustos e perde-se tempo sem necessidade.
A nível individual, onde te posicionas no panorama dos esports nacionais e onde te esperas encontrar daqui a 5 anos? Achas que tens o conhecimento do jogo e as mecânicas para conseguires entrar num circuito profissional?
Daqui a 5 anos não faço a menor ideia, posso acabar por me fartar do LoL e dedicar-me aos estudos 100%, posso ter continuado no LoL e chegar ao patamar que realmente pretendo, mas a curto prazo planeio evoluir enquanto pessoa e jogador.
Que apreciação fazes a esta edição da Moche LPLOL até ao momento de um ponto de vista da organização?
Acho que a data do Relegations foi inoportuna para muitas equipas, com outras competições, com a Páscoa à porta e a volta das viagens de finalistas, isso também foi um azar maior. No entanto, gostei da implementação do sistema de 10 bans e acho que a Segunda Divisão vai trazer mais oportunidades a outros jogadores de aparecerem e mostrarem que não estão assim tão longe da 1ª Divisão. Porém, como já referi noutra entrevista, acho que seria preciso algo mais para chamarmos um projeto destes de 2ª Divisão, pois tal como não há qualificadores diretos para a LCS não sei se deviam de haver para a 1ª Divisão com a criação duma 2ª, mas lá está, seria necessário um grande pulo para algo do género acontecer.
Que balanço fazes das mudanças e novas regras implementadas, com especial foco na permissão da participação de jogadores estrangeiros na liga?
Desgosto, acho que ainda somos algo pequeno para “abrirmos as portas para estrangeiros”. Acho que ainda podemos explorar o que temos de bom para oferecer antes de irmos buscar pessoal de fora.
Com a Segunda Divisão em mente, qual é a meta dos Hexagone, para este 1º Split?
Sendo que tínhamos como objetivo entrar na 1ª Divisão e não o conseguimos fazer, temos, sem sombra de dúvida, o objetivo de ficar em 1º lugar.
O Estoril Praia E-Sports é de momento a única equipa em toda a Moche LPLOL com ligação direta a um clube do desporto rei. Até que ponto achas importante que equipas e organizações com bastante fama dentro do mundo do futebol entrem e compitam com a sua equipa na LPLOL, de forma a dar uma maior abertura ao público português, que não está familiarizado com a nossa liga?
Isto acaba por ser um assunto muito polémico, mesmo num plano grande como a LCS e afins. Noutros jogos tens formas de faturar com as equipas que vais formando e diversos torneios com variadíssimas prize pools e grande parte desse dinheiro é “entregue” às organizações. O mesmo não acontece com o LoL, a maior parte dos lucros, vai para a Riot, o que faz com que seja difícil encontrar lucro em criar e investir em equipas de League of Legends. Mesmo assim, espero que num futuro próximo hajam mais formas de dar rendimentos às organizações para que apostem mais em talento e tenhamos qualidade a todos os níveis! E que isto aconteça tanto em grandes palcos internacionais como a LCS, como na LPLOL!
Por fim, algum pensamento que desejas deixar à comunidade de LoL portuguesa ou aos fãs?
Acho que me fico pela comunidade! :^)
Sejam humildes e principalmente não tenham pressa, todos nós começámos por baixo. Da parte dos Hexagone podem esperar o melhor de nós e esperamos não desapontar ninguém!
Despedimo-nos então do Silvestre com um agradecimento pela sua disponibilidade e com votos de muito sucesso para o futuro!
Fiquem atentos às equipas da Segunda Divisão da LPLOL e às suas grandes promessas! A Segunda Divisão arranca já no dia 10 de Maio!
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