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Um ano cheio de Ação - Melhor Jogador quartos de final (dia 2)
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Terminada a fase online da Worten Game Ring, quatro equipas apuraram-se para a última etapa no palco da Lisboa Games Week e nas conquistas há sempre jogadores que se destacam, como foi o caso do Marcos "Xaky " Letras no segundo dia dos quartos de final. Atendendo às várias competições que a FTW tem participado falámos não só sobre a WGR e a fase final na LGW, mas também sobre os jogos importantes que se avizinham da Iberian Cup que serão decisivos para passarem ou não à próxima etapa ibérica.

Olá Xaky! EU Masters, Eurogamer, IberianCup, Worten Game Wring.... A FTW tem estado non stop, sempre em competições. Como tem sido esta fase? É fácil equilibrar vida pessoal com a competição?
Olá! Queria inicialmente agradecer-vos por esta entrevista e poder dar um pouco da minha opinião sobre estes assuntos mais específicos e concretos.
É verdade, este ano de 2018 foi um ano recheado de competição. Eu já compito há alguns anos e este foi o primeiro ano com ação do inicio ao fim. Não só esses torneios que mencionaste, mas também adicionando os splits da LPLOL, sem dúvida não há razão nenhuma de queixa. Para um jogador com ambição e vontade de competir foi o ambiente ideal.
A nível pessoal tem sido uma altura em que muitas vezes tenho que fazer alguns sacrifícios, claro. Não consegui terminar as cinco unidades curriculares que tive no segundo semestre da faculdade, não consegui fazer o estágio que pretendia, às vezes há jantares de aniversário que tenho de faltar, saídas casuais, mas, no final, claro que vale a pena e sinto-me privilegiado de conseguir realmente competir e fazer o que mais gosto todos os dias. A nível mais competitivo a equipa por vezes mostra sinais de cansaço, como é normal, mas agora nesta fase final é essencial encontrar motivação e tentar terminar o ano da melhor forma possível.

Achas que a performance aumenta por entrarem com mais frequência no rift pela conquista de diferentes títulos/ troféus?
A performance individual de cada jogador depende de vários fatores, fatores que diferem de jogador para jogador. É óbvio que quantos mais jogos fazemos, mais experiência competitiva adquirimos, mas por vezes a experiência não se traduz em performance, são inúmeros os casos de jogadores que jogam há imenso tempo e cada vez estão piores. Para mim o essencial para ter uma boa performance é ter a minha vida, seja ela pessoal ou competitiva, em harmonia e calma. Se a família está boa, se a namorada está boa, se a faculdade está controlada e se os treinos estiverem a correr bem, então é certo que eu vou ter um bom desempenho nos jogos competitivos. Por muito que jogue e por muito que me dedique ao League of Legends, se há alguma coisa que não está bem fora disso vai-me afetar. Mas tentando não desviar da pergunta, a resposta é sim, quantos mais torneios jogar mais preparado vou estar para o próximo.

Apenas a duas semanas da vossa fase de grupos do Worten Game Ring Open, receberam oficialmente o SevenArmy como jungler no lugar do Reativo. Abalou de alguma forma o vosso jogo de equipa?
O Reativo é um jungler exemplar, tinha um papel ativo e importante na equipa e dentro do summoners rift desempenhava um papel fundamental na comunicação e na nossa forma de jogar. Obviamente que qualquer alteração, ainda por cima no roster que a FTW tinha no segundo split da LPLOL magoa, porque parece que toda a sinergia e trabalho desenvolvido é “desperdiçado”, e dá sempre a sensação de “voltar atrás e re-aprender certos aspetos”.  Porém, não foi isso que aconteceu. O SevenArmy é um jogador que se adaptou muito rápido a nós, tem um feitio e forma de pensar que é compatível com a equipa e sem dúvida que, juntamente com o esforço e trabalho coletivo, vai ser uma ajuda enorme no alcance dos objetivos que se mantêm desde sempre.

Ao longo dos jogos disputados na Worten Game Wring houve algum mid laner que gostaste mais de defrontar ou que viste potencial? 
De todos os jogos disputados neste torneio em específico não, não consigo salientar um midlaner mas, apesar do Baca ter tido dois jogos sem conseguir brilhar, ele é um jogador bastante bom e é sem dúvida o midlaner que mais gosto de defrontar. 

Cruzaram-se com os K1ck na fase de grupos e, apesar de um bo1 ser um formato difícil pois o mínimo erro pode custar o jogo, a verdade é que os amarelos venceram. Os K1ck ainda representam um grande obstáculo ou este jogo foi só um erro de cálculo?
BO1 é sempre mais traiçoeiro mas, nesse jogo em particular, não sinto que tenha tido nada a ver com o resultado final. Depois de ter competido quase dois anos e ficar sempre em segundo ou terceiro lugar, comecei a pensar que a forma ideal de ver as coisas não é a olhar e medir-me perante os adversários. O jogo que referes não foi um erro de cálculo, foram vários, e, cabe a nós melhorar e retificar isso. No final, não considero nem os K1CK, nem organização nenhuma um obstáculo e as classificações finais, seja de que torneio seja, vão sempre depender de nós.

Como jogador da scene portuguesa o que sentes quando competes em torneios que englobam equipas de outros países? 
Competir em torneios internacionais, dando um exemplo muito próximo da EUMasters, dá uma responsabilidade muito maior que jogar torneios nacionais. Mais que a tua equipa e organização, estás a representar um país e a motivação e força para ter bons resultados é ainda maior. Agora, apesar de termos ficado 0-3 na EUMasters e estarmos 0-2 na Iberian Cup, e por mais hipócrita que possa soar, não sinto que o nível espanhol (excetuando talvez o top 3 espanhol) esteja tão longe do nível português (refiro-me ao top 3 português). A nível individual não me sinto inferior e a nível coletivo também não. A verdade é que os resultados estão à vista e as equipas espanholas (e as suas academias) têm todo o mérito.

Neste jogo da fase de grupos da Iberian Cup contra os Vodafone Giants Academy quais achas que foram os principais pontos que resultaram na derrota da FTW?
Nesse jogo da fase de grupos, ambas as equipas a nível mais específico de champions, tinham os seus pontos fortes e fracos. Acho que o destino do jogo resumiu-se ao facto de eles saberem jogar bastante bem à volta do seu ponto forte enquanto que nós, não só jogámos mal com o nosso ponto forte como também não soubemos abusar do ponto fraco deles. Para além disso chegou uma altura do jogo que tomámos decisões erradas e que no final foram fatais.

Têm poucos dias até ao jogo de dia 12 da Iberian Cup contra Dragons E.C. para eliminar o que está menos bem. Como está a ser a preparação a nível de equipa e individual? 
O treino já estava intenso antes, e, com todas as limitações que tínhamos é difícil treinar mais do que atualmente estamos, mas o foco está essencialmente em saber usar o treino, saber usar o tempo. No fundo, a eficiência no trabalho é o que procuramos e vamos procurar até dia 12.

Infelizmente, devido à derrota contra os Vodafone Giants Academy, não só dependem da vossa vitória no próximo jogo, mas também do resultado da outra partida do vosso grupo (KIYF vs Vodafone Giants Academy). Como está a ser o ambiente na equipa? Nervosos?
Estamos a treinar como se nada estivesse perdido, sabemos e temos completa noção que não depende de nós mas pode voltar a depender, e quando depender temos de garantir que estamos ao nível. Nervoso penso que nenhum de nós está. Diria com extrema vontade de mostrar que não só a nossa equipa tem força e talento, como Portugal em si tem um bom nível de jogo, e espero que os KIYF consigam vencer para termos mais uma chance de provarmos isso mesmo.

Na mesma semana Iberian Cup e LGW, como te sentes? Como é a gestão da equipa relativamente à preparação para as duas competições?
Primeiramente devo dizer que a preparação é muito mais que treinar e jogar, e nesse aspeto a equipa tem de se preparar “a dobrar”. São dois torneios, vamos jogar contra várias equipas, vários níveis de jogo e o “scouting”, bem como o estudo dessas mesmas equipas exigem trabalho e preparação prévia. Aproveito para deixar uma mensagem de apreço ao Pirla, Diogo Ferreira e Ramiro Teodósio por todas as ajudas que têm vindo a dar e a “carga de trabalho” que retiram dos ombros dos jogadores. Em relação a mim, e penso que falo por toda a minha equipa, a preparação “in-game” é a mesma. Another day at the office.

Quando estás em eventos ao vivo sentes alguma diferença para quando estás a jogar em casa? Haver público ao vivo muda alguma coisa? Sentes alguma ligação com o público?
Apesar dos torneios ao vivo despoletarem alguns problemas, seja com a internet, som ou algo parecido, para mim é sempre muito mais empolgante e intenso disputá-los. O barulho do público, o grito de guerra antes dos jogos, a celebração de vitória, e por vezes mesmo a forma como lidamos com a derrota são o que mais me motiva a continuar a jogar e a competir. É um sentimento único. É cómico que treinamos em equipa quase todos os dias mas apenas nos vemos 4 ou 5 vezes por ano, o que me dá ainda mais vontade de jogar ao vivo.  Por vezes, não é só o jogar mas o convívio com colegas de equipa, amigos, apoiantes que me faz gostar tanto de tudo.. 

Grandes dias se avizinham e desejamo-vos a melhor sorte. Alguma mensagem que queiras deixar?
Por fim, queria deixar uma mensagem de agradecimento a todos os que me seguem e têm seguido ao longo destes anos, a todos os que seguem a For The Win e que deixam mensagens de apoio constantes nas redes sociais. 
Por último um agradecimento especial à OMEN by HP e a Twitch bem como todo o staff da FTW e CEO por todas as condições disponibilizadas.

A FTW irá comparecer na LGW para disputar o primeiro lugar da Worten Game Ring Split no fim de semana de 16 a 18 de Novembro, mas antes enfrentará Espanha dia 12 às 20:00h.

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