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A conclusão da época de 2018
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Pela quarta vez na história, a Moche LPLOL vai apresentar uma Grande Final que irá coroar o campeão nacional de League of Legends, sendo que até agora apenas uma equipa conquistou este feito. A equipa dos K1ck é tricampeã em título, e venceu todas as grandes finais da LPLOL sempre contra adversários diferentes (Eletronik Generation, Alientech e Doxa), mas se há ano que nos tem trazido mudanças é este, pelo que, podemos estar perante a Grande Final mais imprevisível de sempre. Também é muito importante referir que pela primeira vez na história a Grande Final da Moche LPLOL é jogada com seis equipas, ao contrário das habituais quatro, o que aumenta ainda mais a imprevisibilidade deste evento que, tradicionalmente, já vai sempre contra todas as previsões.

Até às finais do segundo Split deste ano da Moche LPLOL, os K1ck tinham ganho todos os Splits da liga, tradição que se quebrou frente à For The Win que com justiça venceu por 3-1 e levou o troféu para casa pela primeira vez. Depois de um dos melhores anos de sempre (se não o melhor) para o League of Legends nacional, onde a competição durou praticamente os doze meses, estreamos equipas na European Masters, acompanhamos as equipas portuguesas em vários torneios nacionais, tivemos pela primeira vez três Splits na Liga e ainda assistimos ao primeiro embate ibérico de sempre na primeira edição da Iberian Cup, só podemos esperar uma Grande Final explosiva, emocionante e muito bem disputada.

À partida para esta Grande Final é importante deixar um ponto prévio: nenhuma equipa se encontra num patamar de invencível ou de grande diferença de qualidade de jogo para todas as outras. As duas equipas que poderiam ansiar este estatuto não estão em fases perfeitas, longe disso, sendo que a equipa da For The Win nunca mais foi a mesma que levou o troféu do segundo Split, depois do desaire na European Masters e os K1ck ainda se habituam ás grandes mudanças de plantel que trouxeram para este terceiro Split.  Este fator, abre as asas, principalmente a equipas como Grow Up, que ainda procuram chegar sequer perto da equipa que quase levou o troféu do primeiro Split para casa, e Eletronik Generation, que procuram elevar ainda mais a fasquia que colocaram com o terceiro lugar no segundo Split deste ano. Além destas equipas, apresenta-se a competente equipa dos Sharks que mesmo depois da grande desilusão no Open Split têm aqui uma oportunidade de ouro para finalmente alcançar um pódio, e os Doxa que vivem ainda um autêntico conto de fadas, após conquistarem o segundo lugar do Worten Game Ring Split, e depois de já terem vivido uma verdadeira história de terror com o último lugar da fase regular do segundo Split e consequente descida à segunda divisão para o próximo ano.

Apesar de tudo isto, o favoritismo ainda mora nos tricampeões K1ck que voltaram ao trono que nunca tinham perdido antes, após uma vitória muito tranquila frente aos Doxa na final do Worten Game Ring Split. Os K1ck apresentaram-se fortes ao longo dos playoffs, e mostraram a sua melhor forma desde que esta equipa está junta. Para isto, muito contribuiu a subida de rendimento do jungler Rafa, que apesar de ter sido um reforço muito sonante, ainda está longe de comprovar todas as expectativas colocadas nele, mas tem apresentado uma ascendente positiva em termos de gameplay e entrosamento com a equipa, o que é o melhor dos sinais nesta altura.  Além dele, Truklax tem sido um autêntico sinónimo de solidez e maturidade, que é fulcral para esta equipa dos K1ck que acho que já vão ter dificuldades a jogar se virem o seu toplaner em apuros, pela raridade desse acontecimento se suceder ao longo deste ano. O resto da equipa, sem deslumbrar ou apresentar o estatuto de invencível que esta organização em outros tempos já deteve, tem cumprido e o que demonstraram até ao momento, chega para serem colocados como favoritos à vitória final. Tendo isto ainda em mente, também é verdade que estamos perante o ano mais complicado dos K1ck a nível de League of Legends nacional, com a perda do primeiro grande torneio fora da Moche LPLOL para o grande rival, a perda de um Split também para a mesma equipa pela primeira vez na história e performances internacionais, quer na European Masters quer na Iberian Cup que deixaram algo a desejar, não conseguindo ultrapassar a primeira fase de nenhuma das competições.

O line up atual dos K1CK com o troféu do WGR Split.
O lineup atual dos K1ck com o troféu do WGR Split.

Se a equipa dos K1ck teve altos e baixos ao longo deste ano, a equipa da For The Win foi uma montanha russa de emoções e qualidade de jogo que, pelo meio teve o tão esperado e merecido título.. Depois de um primeiro Split a falhar a final para a equipa dos Grow Up de forma dececionante, a FTW apostou num lineup muito forte para o segundo Split que levou a organização ao ponto mais alto do ano com a vitória, no final de Julho em pleno Summer Games em Braga, desse mesmo Split. Foi um feito histórico e muito merecido, mas tudo que se passou depois desse momento é que nunca mais levou a FTW a festejar. Com praticamente o mesmo lineup, a equipa da FTW somou seis derrotas e zero vitórias entre as duas fases de grupos de European Masters e Iberian Cup e falhou a final do Worten Game Ring Split, sem nunca mais apresentar o gameplay que encantou todos os fãs de League of Legends em Portugal no verão. Com dois dos solo laners mais fortes da liga, a equipa nunca mais encontrou a qualidade trazida por Reativo na jungle e a mudança de meta na botlane em nada beneficiou esta equipa, principalmente o adcarry Lastwolf que não conseguiu manter todos os adjetivos elogiosos que trazia de um segundo Split quase imaculado. Apesar de terem sido a organização que sempre esteve mais perto de levar a taça aos K1ck, a equipa da FTW nunca disputou uma Grande Final da Moche LPLOL, após o ano passado ter falhado de forma incrível na meia-final frente aos Doxa num dos jogos mais loucos da história da liga em que até um Riptide de um Nautillus full tank roubou um Baron contra um jungler e um Cho’Gath da equipa da FTW. Posto isto, acho que a FTW vem de um momento muito complicado, em que mais um desaire na Worten Game Ring Split eram a última coisa que necessitavam e creio que se conseguirem voltar fortes para esta Grande Final será um grande sinal de força e querer, mas não acho que seja isso que irá acontecer, e podemos ter um dos nossos campeões de um dos Splits a sair pela porta pequena este ano.


O lineup da For The Win, vencedor do 2º Split.

Tal como a For The Win, se houve equipa que conheceu a glória e a derrota durante este ano, em formato montanha russa, foram os Grow Up. Esta equipa começou o ano com o anúncio da sua equipa que parou o League of Legends nacional e que levou a organização ao topo com o segundo lugar no primeiro Split. Depois disso, o sonho virou pesadelo e nunca mais nada correu bem a esta equipa. Um quinto lugar no Split de verão e novamente fora do top quatro do WGR Split, contam o resto de um ano muito negativo para Grow Up e para os seus jogadores, que são de grande e provada qualidade. Pois bem, não há mais, esta é a última oportunidade do ano para eles e, também por isso, são a minha ‘Pick to Watch’ durante esta Grande Final. Com as picks inusitadas do AFM na bot lane, a inspiração do Slayer e a capacidade de carry na jungle do Kooshi, acredito que estes jogadores sabem perfeitamente que só uma chegada à final pode minimizar os danos de um ano tão negativo. Acredito que se terão aplicado bastante para este torneio, são uma equipa com jogadores que crescem muito em LAN e que dependem de bons resultados para a sua confiança. Ingredientes que, na minha opinião, vão estar lá todos e vão levar os Grow Up a serem a grande surpresa positiva da Grande Final.


O plantel dos Grow Up, que esteve a um jogo de vencer o 1º Split.

E se estamos a falar de equipas que andaram em autênticas montanhas russas durante o ano, nunca nos podemos esquecer daquela que ia no lugar do condutor nessa viagem: os vice-campeões em título da Moche LPLOL, Doxa Gaming. Apesar de na altura contarem com um lineup totalmente diferente, em termos de organização têm uma história incrível e isso acaba sempre por pesar favoravelmente. Apesar de terem acabado o ano de 2017 no topo, o ano de 2018 foi muito complicado. O primeiro Split até não deixava más indicações, mas a aposta em alguns jogadores que não mostraram ter qualidade suficiente para a primeira divisão da Moche LPLOL no Split intermédio, ditou uma performance horrível em que o último lugar e a relegação para a divisão secundária só poderam ser encarados como normais. E se passar de vice-campeão para relegado não era suficiente para deixar todos os fãs de League of Legends em Portugal de boca aberta, os Doxa, bem ao seu estilo guerreiro, voltaram com tudo no terceiro Split e contra todas as expectativas possíveis e imaginárias, chegaram ao segundo lugar apenas perdendo para os K1ck numa final em que não tiveram qualquer hipótese. Apesar de todas estas histórias de encantar temos de descer à realidade: teoricamente são a equipa mais fraca desta Grande Final e por isso é a equipa que vai jogar menos pressionada, com menos a perder e, para mim, essa é a sua maior arma neste lago de tubarões.


A equipa dos Doxa, vice-campeã do WGR Split.

E por falar em tubarões, não podemos falar de Grande Final sem falar de uma das equipas mais imprevisíveis que irão estar em competição: os Sharks. Esta equipa caíu com estrondo frente aos Doxa numa das meias-finais, neste último Split e sem conseguir deslumbrar com o seu gameplay. Pelo contrário, apresentaram uma equipa sem ideias, presa à capacidade criativa e de carry do seu jungler e com muitos jogadores sem conseguir oferecer o que seria de esperar deles, nomeadamente o Holz muito longe daquilo que já o vimos fazer em outras equipas. Nos outros dois Splits e no resto da competição nacional, esta equipa acabou por não ter um ano particularmente feliz, falhou o objetivo do terceiro lugar no segundo Split ao serem derrotados, com justiça, frente aos EGN e no primeiro, não foram além de um mero sexto lugar, apenas à frente das duas equipas que foram relegadas para a segunda divisão: um autêntico pesadelo para o lineup que apresentavam. São uma equipa que acaba por ser bastante imprevisível e depois do gameplay apresentado frente aos Doxa, sendo esta a última versão que vimos deles, não diria que são uma equipa favorita nesta Grande Final, mas o talento está lá e corrigindo os erros mais gritantes que cometeram, podem ter aqui uma palavra a dizer nas contas finais.


Jogadores e staff técnico dos Sharks na meia final do WGR Split.

Por último, mas sempre importante, temos a equipa dos Eletronik Generation, uma organização que já sabe o que é lutar num BO5 pelo título de campeão da Moche LPLOL e quer, pelo menos, repetir esse feito este ano. Esta equipa, foi a equipa sensação do segundo Split deste ano, levando para casa um terceiro lugar incrivelmente justo, depois de deixar Grow Up de fora dos playoffs e de derrotar sem dificuldades os Sharks já no evento ao vivo. O lineup mudou, e equipa sentiu bastante a falta do seu toplaner Rubio e não conseguiu encontrar um jungler que fizesse esquecer o Nyx, que sem nunca deslumbrar, acabava por ser uma peça importante no sucesso desta equipa.  Estas duas baixas, deixaram os EGN sem conseguir apresentar um gameplay tão sólido e fluído e, principalmente a diferença notada na jungle, catapultou esta equipa para resultados menos positivos nesta parte final do ano: sem conseguir ultrapassar a fase de grupos da Iberian Cup e afastados do top quatro do WGR Split. No entanto, acredito que são uma equipa que vem forte para esta Grande Final, são jogadores que podem crescer bastante neste gênero de ambiente e depois de um ano indubitavelmente positivo, terão toda a vontade de o terminar em grande.


A equipa da Electronik Generation na jornada inaugural do 2º Split.

Em suma, a Moche LPLOL vai apresentar uma das Grandes Finais mais antecipadas e competitivas de sempre, se os dois favoritos não estão em momentos particularmente bons, temos outras quatro equipas com grandes rivalidades e que qualquer uma deles pode surpreender uma das outras. O meu favoritismo está atribuído aos K1CK que penso que irão erguer a taça de campeões pela quarta vez consecutiva, mas a vontade de todas as outras equipas de erguer pela primeira vez na história o mais prestigiado troféu do League of Legends português pode baralhar todas as previsões.

Acima de tudo isto, não nos podemos esquecer que é uma Grande Final: sítio onde os gênios aparecem, as pequenas jogadas se tornam imortais, o impossível fica mais perto que nunca e o plano teórico é quebrado em segundos.

Com toda a certeza, que vai ser isto e muito mais. A Grande Final da Moche LPLOL é jogada dia 16 de dezembro, na Clickfiel Arena em Penafiel, ás 15h, com os quartos e meias-finais a serem jogados dias 14 e 15 do mesmo mês.


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