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A Ascenção de Um Novo Jungler
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Conhecemos o Oleg ”ReAt1vo” Ralchenko pela primeira vez na edição de 2015 da LPLOL estreando-se como jungler dos uPRO. Logo na primeira jornada, apesar dos uPRO terem perdido, o ReAt1vo teve uma média de kill participation de 83%, mostrando o que poderíamos esperar deste jungler que desde cedo delineou um objetivo: ser o melhor jungler nacional.
No segundo Split, devido a ter tido a sua conta banida pela Riot teve de fazer um intervalo da scene competitiva, mas agora não só está de volta, como joga por uma das equipas de topo nacional.

Como foi a transição para os Team Alientech?
Eu sabia que mais cedo, ou mais tarde ia estar numa equipa de topo em Portugal só não sabia quando, ou como, mas já tinha visualizado esse objetivo. Tenho noção do meu nível, embora muita gente não tivesse, porque o jungler depende bastante da sua equipa e se os laners não forem muito bons não consegues mostrar tudo o que tu vales. Apesar das condições, ainda consegui fazer bastante nos uPRO e os Alientech reconheceram o meu valor.

Como jungler, também sempre tiveste o objetivo de estar entre os melhores?
Sim. Sempre quis ser o melhor jungler nacional. Há muito tempo atrás joguei com o Aziado numa equipa e já nessa altura um dos meus objetivos era ser o melhor jungler em Portugal e acho que agora tenho a oportunidade perfeita para o cumprir.

Qual a maior diferença que sentiste ao passar a jogar para os AT em relação aos uPRO?
Nos uPRO todos me ouviam. Era o capitão e shot caller, mas sentia que estava um pouco acima do nível dos outros jogadores e nunca conseguia estar na minha melhor forma. Nos Alientech é completamente diferente. Acredito mesmo que tenho comigo os quatro melhores laners nacionais e agora comigo a equipa vai ter também o melhor jungler nacional. Acredito realmente que vamos ser a equipa mais forte em Portugal. Logo no início quando entrei para os AT, fomos scrimar com equipas fortes e eu andava a jogar muito mal, devido ao período em que tive de abandonar a LPLOL, e nós conseguimos ganhar na mesma! Nesse momento senti que tinha mesmo colegas com os quais podia contar, ou depender caso o jogo não me estivesse a correr tão bem. Nos uPRO não era assim, se o jogo me corresse mal era o fim daquela partida.

Como caracterizas o teu estilo de jogo? Nos uPRO apresentavas uma posição mais de carry jungler, mas agora que estás nos AT vais manter esse playstyle, ou vais adaptar-te à maneira de jogar dos AT, seguindo um pouco as pegadas do ex-jungler Crusher?
Nos uPRO era carry jungler. Era bastante agressivo, mas não cheguei ao ponto que queria. Agora nos AT essa agressividade que me caracteriza só tem vindo a aumentar à medida que vamos fazendo mais treinos e vou jogando contra junglers mais agressivos e ainda não perdi para quase ninguém. Há muito tempo (cerca de 4 anos atrás), vi um jogador a jogar com um playstyle agressivo e gostei imenso daquela maneira de jogar. Desde essa altura que tenho desenvolvido rotas agressivas de invades, etc. Agora nos AT acho que vou conseguir mostrar todo o meu potencial e agressividade, sendo mais eles a habituarem-se ao meu estilo de jogo. No entanto, eles também já estavam à espera disso e se calhar foi também por esse motivo que me fizeram a proposta.

Sentes portanto que nesta equipa te estimulam mais a conseguires superar-te a ti mesmo e que nos uPRO estavas estagnado?
Não, estava estagnado, porque consegues sempre evoluir pequenas coisas. Contudo, penso que daqui a um tempo vou dar um salto ainda maior e vai ser nesta equipa, porque a quantidade de coisas que consigo fazer com laners tão fortes é muito diferente. Consigo fazer jogadas espontâneas, desde que comunique bem com os meus laners, e eles conseguem dar-me sempre o apoio que necessito. Quando começar a LPLOL vão poder ver como se deve jogar na jungle.

Nos uPRO eras o capitão da equipa e os jogadores moviam-se maioritariamente sob as tuas indicações e calls. Qual será agora o teu papel nos AT? Irás também dar as calls?
Nos uPRO treinaram-me bem para ser shot caller, o treinador estava sempre a exigir imensas calls da minha parte, às vezes mais do que eu queria, mas sabia que mais cedo, ou mais tarde iria precisar. Estive muito tempo parado depois do ban e nesse período como não estava muito focado em dar calls fiquei um pouco destreinado, mas agora andamos a treinar o shotcalling da melhor maneira: serei o shot caller principal, mas a equipa ajuda-me.

O que achas que vieste acrescentar à equipa?
Não sei se se notava, mas acho que sou o jungler em Portugal com o melhor early game. Também notei isso nas scrims que fazemos contra equipas estrangeiras. Tenho um early game forte e consigo colocar o jogo a rolar desde muito cedo e uma equipa boa que aproveite bem a vantagem do early game consegue sempre ganhar o jogo. O meu problema é que dou alguns throws, mas já estamos a trabalhar nisso. Acho que vou acrescentar agressividade, mais níveis de mecânicas e performance aos AT.
O Crusher agora é nosso treinador e ajuda-me imenso, porque às vezes faço jogadas agressivas que resultam mal e ele vai-me corrigindo os erros. Eu jogo mais pelo instinto, roubo imensos barons, drakes e objetivos, porque “sinto” quando é altura certa para fazer esses roubos. Não sei explicar, sei que tenho aquele intervalo de tempo em que se agir consigo ficar com o objetivo para nós. Sei também quando, por onde e como tenho de gankar. Tenho esses instintos muito apurados e penso que esses são os meus pontos fortes. O Crusher está a ajudar-me com a visão, rotas que são mais favoráveis, mais táticas, para que lanes é que tenho de jogar, quais são as winning conditions… ou seja, ele ajuda-me com toda a parte analítica, que envolve teoria de jogo e usar o cérebro. Honestamente acredito que ao trabalharmos juntos, esta componente em que o Crusher me está a ajudar aliada aos meus instintos e jogo agressivo, vai fazer com que me torne um jungler de topo na Europa. É mesmo fixe ter um treinador que era jungler, assim posso falar com ele sobre assuntos mais específicos da jungle, em vez de meramente tática de jogo. Penso que daqui a uns meses vamos estar a um nível completamente diferente e já ninguém em Portugal nos vai alcançar.

Quais os planos e objetivos para 2017?
Agora vou ser um bocado convencido [risos], mas penso que os objetivos devem ser sempre altos. O meu objetivo para 2017 era ser o melhor jungler nacional, mas penso que isso não pode ser um objetivo para 2017, porque acho que à primeira oportunidade que tiver vou mostrar isso e seria um bocado mau gastar um ano inteiro para esse objetivo. Agora vou parar um bocado com a universidade e focar-me mais no jogo a tempo inteiro, assim como a maior parte dos meus colegas de equipa, e os nossos objetivos serão a Challenger Series, entrar na scene pró e mostrar que Portugal tem uma boa equipa.

Apesar de seres o recém-chegado aos AT, na tua opinião,  qual a importância para a equipa da sua recente evolução e da qualificação para o Qualificador Fechado? E para os eSports em Portugal?*
Depois de ganharmos aos K1ck, durante um bom tempo o pessoal ainda não estava a acreditar que estávamos no Closed Qualifier. Tivemos de tirar umas férias e tudo, para nos entrar bem na cabeça qual era o nosso objetivo seguinte. Estes 5 jogadores (a contar com o Crusher) trabalhavam imenso, só que faltava sempre aquele bocadinho para conseguirem ganhar. Na minha opinião, a vitória foi muito importante para a moral da equipa, especialmente por termos ganhado logo de início. Acho que eles também não acreditavam que íamos conseguir ganhar aos K1ck. Essa vitória foi mesmo importante, porque a equipa percebeu que assim que entrei, mesmo sem treino nem nada, conseguimos ganhar a uma equipa como os K1ck e assim percebemos o nosso potencial. Se ainda conseguirmos evoluir o que precisamos, conseguimos chegar à Challenger Series e alcançar o nosso objetivo.

Relativamente ao impacto para os eSports em Portugal, sinceramente nunca prestei muita atenção ao que se passava à minha volta. Não ligo às redes sociais, não tenho Twitter, nem uma página de Facebook com muitos likes. Não sei dizer, mas penso que é bom. Também se não fôssemos nós iriam ser os K1ck, eles já lá estiveram o ano passado, por isso mais tarde, ou mais cedo Portugal acabaria por estar onde deveria estar e ser notado. Portugal tem boas equipas e bons jogadores e mesmo sem nós estarmos cá, estaria bem representado. Agora cabe a nós mesmos evoluirmos e colocarmos Portugal num nível diferente, que é a Challenger Series, e entrarmos no circuito profissional.

Algum comentário para os fãs dos AT, ou para o público português de LoL?
Continuem a apoiar os AT. Este ano, sem dúvida, seremos a melhor equipa nacional! Vamos fazer tudo para que isso aconteça, e vai acontecer, porque eu já lhes disse para visualizarem isso [risos]. É importante quando estão todos na mesma página e acreditam e esse é o grande segredo da evolução dos AT. Vamos evoluir ainda mais e chegar a níveis muito altos!

Foi uma ótima conversa com o ReAt1vo, em que pudemos saber um pouco mais sobre as suas ambições, bem como a certeza de que nesta edição de 2017 da LPLOL, veremos uma Team Alientech completamente diferente.

*Esta entrevista foi realizada antes de os resultados do Qualificador Fechado para a Challenger Series serem conhecidos.


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