A equipa da LPLOL foi esta semana falar com algumas das estrelas por detrás do Rift e a primeira entrevista foi com Ricardo ‘’SilverGhunzul’’ Chaves, agora treinador dos FTW equipa que de momento ocupa o 5º lugar da tabela.
Silver estreou-se nos eSports competitivos em Portugal com 16 anos, a jogar Age of Empires III no Sport Clã, em torneios em Portugal. Agora na Faculdade e estudante de Engenharia traz já 5 anos de League of Legends na bagagem e em 2014 viria a jogar pelos SoulSet, equipa que nasce da sua visão e vontade de criar estabilidade e condições para os jogadores e organizações evoluírem, fazendo sua missão combater as constantes trocas de jogadores aplicando objetivos a longo prazo. A equipa terminaria a 1ª edição LPLOL em 5º lugar e o mercado de transferências viria mesmo a afetar a união da grupo e assim sendo, o antigo capitão optou por dar o pulo para as ‘’linhas laterais’’ do Rift. Hoje fala-nos um pouco da sua experiência, do trabalho com os FTW e o regresso de "Kyuuga" ao Summoner’s Rift.
Jogavas pelos SoulSet em 2015, como é que foi saltar para treinador?
Basicamente eu tinha que reconstruir uma equipa para poder voltar a jogar e isso não fazia parte dos meus planos, também achava que estava a jogar cada vez pior e então decidi fazer essa mudança, experimentar. Tinha propostas em várias áreas, mas escolhi ser treinador e nesse aspeto o salto não foi tão diferente assim, para minha sorte tive um número de treinadores bastante grande e esse salto não foi nada de especial para mim, porque sempre foi aquilo que eu fiz nos SoulSet, por exemplo. Eu era jogador numa perspetiva, mas também era eu que tratava de tudo: era o manager da equipa, tratava dos torneios, das inscrições, dava a cara nas reuniões e noutra perspetiva também era eu o treinador. As ideias vinham da minha cabeça, portanto não foi mesmo um salto assim tão grande, foi deixar de jogar e continuar a fazer a gestão de uma equipa, treiná-la e tentar ajudar os jogadores a evoluírem taticamente.
E o que mudou na tua perspetiva em relação ao jogo?
Desde que deixei de jogar em dezembro de 2015 mudaram algumas coisas, como por exemplo os lane swaps já não se fazem, mas no fundo o jogo é o mesmo, continua a ser e eu sempre vi o jogo duma maneia mais tática. O que pode ter mudado é que eu achava que só havia uma maneira verdadeiramente certa de se jogar, como jogaram os SKT em 2014/2015 por exemplo, que consistia em jogares de forma conservadora e aproveitar ao máximo os teus power spikes aproveitando ao máximo as tuas vantagens e desvantagens. Treinar várias equipas mostrou-me que há outras maneiras de se jogar, podes ser muito bom a jogar o jogo quase sem usar cabeça e podes ser muito bom a usá-la, no fundo, agora acredito que há mais maneiras e estratégias de ganhar o jogo.
Na jornada anterior os FTW defrontaram a Team Razer, antigos Prinfor, como descreves a tua experiência enquanto treinador dos Prinfor e olhando para o futuro da equipa, que comentário podes fazer?
Na altura escolhi os Prinfor, porque era uma equipa jovem que podia aprender imenso. Tive um pouco de receio pois era bastante diferente dos SoulSet, uma vez que eu não eu tinha a certeza se as pessoas com quem eu estava a lidar me iam ouvir, porque eram eles que estavam a procurar a minha ajuda e eu não estava à frente de um projeto. Contudo, facilmente consegui ser ouvido naquela equipa com a vantagem de que nunca tinha jogado com nenhum daqueles jogadores e eles eram todos estreantes na prova, isso era aquela base que me dava mais segurança para fazer o meu trabalho. Isso é importante para a minha confiança e também para me desenvolver enquanto treinador. Sobre o futuro penso que alguns daqueles jogadores têm um futuro risonho, acho que vão estar no top em Portugal daqui a relativamente pouco tempo, e que como equipa também têm o potencial de acabar o circuito em 4º lugar. Acredito que têm as ferramentas para o conseguirem, mas claro, só depende deles.
Como treinador, de momento qual é o maior desafio para motivar os jogadores?
Todos os jogadores são diferentes uns dos outros, há jogadores que dedicam imenso a isto, há outros que não ligam tanto, uns mostram mais interesse e outros menos. Pessoalmente penso que esta parte da motivação é mais da responsabilidade dos jogadores, porque para estares a jogar este jogo e a jogar competitivamente tens que te auto-motivar sempre. Não podes estar à espera dos outros para te motivares e tenho a sorte de todos os jogadores da FTW estarem confortáveis neste aspeto. Não vi nenhuma falta de motivação, todos querem treinar e todos se esforçam ao máximo, eu sinto isso e não é um grande desafio, ajudo um pouco, mas cabe aos próprios jogadores motivarem-se.
Podes comentar o arranque atribulado dos FTW para esta Split, sendo que ainda não asseguraram nenhuma vitória?
O plantel tem 3 jogadores novos e eu juntei-me recentemente à equipa, isso faz 4 elementos novos e especialmente tratam-se de 3 jogadores novos nas 3 lanes. São jogadores que basicamente se desconhecem uns aos outros e por isso os FTW ainda estão numa fase exploratória e portanto e temos que decidir aquilo que vamos fazer. Ainda estamos no início da competição e somos basicamente uma equipa nova, por isso era normal que este inicio fosse de certa forma atribulado. Não ajudou não termos o Kyuuga nas duas primeiras jornadas, mas não foi nada inesperado e até acho que conseguimos uma boa performance em outras competições, só esperamos agora conseguirmos mostrar o nosso valor nos próximos jogos na LPLOL.
Continuam confiantes de que é possível conseguir o 3º lugar?
Na fase regular sim, 100%. Temos mais 5 jornadas para dar a volta e perder um jogo contra os Alientech não é praticamente um mau resultado. Já empatar contra os Team Razer isso sim foi um mau resultado, mas estamos absolutamente confiantes de que vamos conseguir o 3º lugar na 2ª Split.
A equipa passou por grandes alterações recentemente, como é que isto está a afetar o grupo?
A equipa ainda está a criar a sua identidade, mas penso isto não está a afetar o grupo, porque na minha opinião esses 5 jogadores a nível individual são excelentes, isto é: muitas das vezes tens jogadores que têm muito ego e querem tudo à maneira deles, outros são jogadores que são muito chatos ou mesmo mal-educados, acho que tenho a sorte de ter um grupo que nesse aspeto não falha e isso é bastante bom.
Como avalias a adaptação do grupo, novas apostas em quase todas as frentes, o que se pode esperar daqui em diante?
No que respeita ao Xaky só posso afirmar que certamente vai demonstrar o seu valor, acho que ele já é dos melhores mid laners em Portugal e vai revelar-se uma aposta muito boa. Relativamente ao Afm12 passa-se mais ou menos a mesma situação, embora acredite que o Afm ainda precise de evoluir muito, especialmente em questões de organização e precisa de mais experiência no campo competitivo. Por fim o Define no circuito passado mostrou ser um ótimo top laner, que entende o meta e é por isso que o fomos buscar, penso que ele ainda tem muito que aprender, mas sei que também vai evoluir muito.
Jogar sem o Kyuuga afeta a produtividade da FTW? Em que aspetos?
Afeta negativamente. A equipa comunica pior sem o Kyuuga. Ele tem uma capacidade enorme em facilitar a comunicação, tem a responsabilidade de ser o líder da equipa dentro do jogo. Embora ele seja um dos líderes da equipa, no entanto não é o único e nesse campo às vezes as pessoas acham que sem Kyuuga, os FTW não funcionam. Isso é mentira, mas sem dúvida que afeta na comunicação e na liderança.
Os fãs anseiam por resultados positivos, de que forma os For The Win têm trabalhado para esse objetivo?
Nós temos treinado o máximo possível. No início do circuito devido a problemas pessoais de alguns jogadores não foi fácil, mas agora estamos a treinar ao máximo nível para voltarmos em força e tenho a certeza que vamos ter resultados positivos nos próximos jogos, mas é uma questão de tempo. Contudo, fica aqui um alívío oficial aos fãs, o Kyuuga volta já na próxima jornada com toda a força e o jogo da reviravolta está aí à porta!
Ouvia-se falar numa jantarada com os lucros das transferências de 2015 nas quais te destacaste ao assegurar as movimentações do Chipicow e do AlternativeX, chegou mesmo a acontecer?
Aconteceu mas foi só um jantar, eu fiquei sozinho mais o dinheiro todo ao pé de mim. Estou a brincar, não aconteceu. Essa jantarada era uma brincadeira não aconteceu de facto!
A LPLOL regressa já na Sexta-Feira com mais uma jornada fulminante e os FTW batem-.se contra os Electronik Generation às 21:00 em direto em rtp.arena.pt!
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