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As mentes por trás do Rift
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Depois de terminada a primeira volta do primeiro split da LPLOL, decidimos conversar com os treinadores das equipas que se encontram no top 4 da liga para sabermos como avaliam a prestação da sua equipa até aqui, o que acham das mudanças que ocorreram na liga e o papel de treinadores em Portugal. 

Olá Fintinhas. A equipa dos K1ck sofreu bastantes mudanças para este split, como avalias a sua prestação até aqui? 
Fintinhas -
Acho que a prestação tem ficado aquém das nossas expectativas, especialmente na segunda semana - não falando apenas de resultados, mas também da maneira como jogamos nesses dois jogos - acabando por ser uma semana muito difícil para digerirmos. Ao mesmo tempo, esse momento trouxe coisas boas ao treino porque nós sabíamos que aquele nível não era aceitável apresentar e penso que, nesse sentido, o wake up call serviu para meter mais rapidamente toda a gente a remar para o mesmo objectivo, o que ajuda muito a estabelecer a estrutura e a dinâmica de uma equipa nova como a nossa.

O que pensas das mudanças que ocorreram este ano competitivo? O facto de os jogos serem bo1 achas que está a ajudar as equipas ou a prejudicá-las? 
Fintinhas -
Eu acho que na globalidade não vai beneficiar nem prejudicar as equipas, penso simplesmente que é um formato diferente, quanto muito se calhar este split ainda pode ser um bocado mais estranho para alguns, mas creio que seja uma questão de habituação. Em geral, acredito que ser bo1, bo2 ou bo3 é uma decisão mais importante para a liga em si do que para as equipas. Em termos pessoais, eu sou mais fã do formato do bo2, mesmo do ponto de vista da liga, mas não acho que tenha sido uma alteração crítica. É a decisão da LPLOL para este ano, eu respeito e espero que ajude a melhorar! 

O que diferencia a LPLOL de outras ligas? O que pensas que se poderia ir buscar a cada uma delas para melhoria da liga em si? 
Fintinhas -
Em geral, acho que não há assim tanta diferença, penso que a maior será a scene em si e não propriamente a LPLOL. Mas a realidade portuguesa é muito diferente das demais, em termos de passado e presente, e, portanto, as comparações tornam-se muito injustas. Acho que comparar é complicado porque penso que a LPLOL tem de lidar com uma realidade local muito mais difícil do que outras ligas como o Reino Unido ou a França, enquanto que ao mesmo tempo existe a “pressão da comparação” – porque lá fora é assim cá também devia de ser – e isso, para além de injusto é ignorante. Mas, claro, há muita coisa que se pode fazer melhor e eu sempre fui passando as minhas sugestões e ideias. Mas prefiro sempre fazê-lo em privado!

Alguma mensagem que queiras deixar aos teus colegas desta entrevista?
Fintinhas -
Ao Crusher, não deixo mensagem nenhuma até porque estou sempre a deixar-lhe mensagens no facebook e só recebo vistas de volta. Ao Mahisto, gostava de pedir que voltasse a haver gelado de frutos vermelhos na Doxa. Finalmente, para o Asier não tenho nenhuma mensagem, mas sim um pedido para a LPLOL: Ele curtia de ir a uma entrevista no fim do jogo! Por isso convidem-no lá quando os EGN ganharem aos FTW!

Passando a ti Crusher, o que pensas da prestação da For The Win? Estão no patamar que desejaram no início do split?
Crusher -
A nossa prestação está a ser positiva, apesar de não tão boa como gostaríamos visto que já tivemos alguns deslizes.
Ainda não estamos no patamar que queremos estar, pois para atingir os objetivos a que nos propusemos vamos ter de estar a jogar melhor do que estamos atualmente. Apesar de já termos tido melhorias notórias, ainda não estamos satisfeitos com o nosso nível de jogo e vamos aproveitar este período até aos playoffs para cada vez mais o aperfeiçoarmos.

Treinando equipas integrantes da LPLOL há já algum tempo, como avalias a evolução da liga ao longo dos anos? 
Crusher -
 A evolução da liga no geral foi positiva. É notória a melhoria em termos de produção e conteúdo, assim como em termos de estabilidade da própria liga. Este ano tivemos também um aumento da prize pool e mudança na sua distribuição sendo agora mais top heavy o que acho bastante positivo. Apesar de tudo isto, continuo a achar que há pontos importantes a melhorar como por exemplo, os eventos offline do último ano foram no geral mais fracos em relação ao que a liga nos vinha a habituar e espero que seja diferente este ano;também penso que o formato do open split, mesmo depois de todo o feedback dado, não se devia manter igual; e como disse antes apesar de já haver alguns sinais de melhoria, penso que a comunicação da liga com os viewers e a maneira como chega aos mesmos tem de melhorar ainda um pouco.

Sentes diferença ao treinares uma equipa com jogadores de tamanha qualidade como a For The Win tem, para as equipas onde estiveste anteriormente?
Crusher -
Eu desde que sou treinador, felizmente, tive sempre a sorte de trabalhar com jogadores bastante talentosos para o panorama nacional. Sinto que a maior diferença não é tanto em termos de qualidade de jogadores (sendo eles muito bons), mas sim em termos da atitude/mentalidade com que encaram a competição.

Que razões te fizeram mudar de equipa e aceitar a proposta da For The Win? Achas que será fácil manter o primeiro lugar?
Crusher -
Houveram várias razões, mas a mais importante foi que a proposta apresentada pela FTW ia de encontro aquilo que são os meus objetivos e ambições. Fornecendo todas as ferramentas para possibilitar que a sua concretização seja possível.
Não acho que seja fácil manter o primeiro lugar, pois o formato de bo1 é bastante tricky e abre muito a possibilidade de upsets . No entanto, o facto de só dependermos de nós deixa-me bastante confiante de que irá ser uma realidade.

Olá Asier. Este ano a LPLOL parece bem mais competitiva que em splits anteriores, onde a organização vencedora era sempre a mesma. A que pensas que se deveu o crescimento desta competitividade?
Asier -
Eu acho que é uma mistura das boas equipas estarem a ficar piores, e as piores equipas estarem a melhorar, por exemplo: a saide do Alternative e do LeChase prejudicou um pouco os K1ck, assim como o Reativo a deixar a FTW, mas em contrapartida a DOXA a formar uma equipa melhor ajudou-os a ter bons resultados, e nós continuamos a crescer da mesma forma como fizemos no ano passado. Penso que tudo isto tornou a liga muito mais competitiva e agora é mais interessante. A meu ver, não se pode parar, senão perdes o lugar nos playoffs, e para chegar ao primeiro lugar vai ser preciso muito trabalho.

Por vezes notam-se certas críticas da comunidade na eficácia das equipas na divisão em que se encontram, comentando que há equipas em divisões erradas. O que pensas quanto a isto? 
Asier -
Olhando para esta questão do ponto de vista de "equipa superior", não acho que faça algum sentido, numa liga irá sempre haver equipas mais fortes e equipas mais fracas, ou seja, vai sempre existir uma equipa no top 1 e uma equipa no top 10. É claro que, para as equipas mais fortes, irá parecer sempre fácil vencer equipas mais fracas, mas isso não significa que as supostas equipas fracas não podem vencer as mais fortes. Por exemplo, os ASP venceram aos UP e os HEX venceram aos K1CK. Enquanto isto acontecer, não acho que devamos perguntar se uma equipa merece ou não o seu lugar.

Tendo sido tu treinador em outras ligas, o que sentes a treinar uma equipa Portuguesa? Os jogadores importam-se mais com a tua opinião ou sentes que lá fora o jogo é levado mais a sério? 
Asier - 
Treinar uma equipa portuguesa não é muito diferente de treinar outras equipas. Os jogadores ainda são jogadores e o meu trabalho não é assim tão diferente. Sobre a minha opinião, um jogador vai-se importar com a minha opinião ou com a forma como planeio os meus jogos, tanto quanto eu faço com que eles se importem, tal como se estivesse a treinar outra equipa, se eu não os fizer querer saber dos jogos eles não vão querer saber de qualquer forma. Não acho que seja uma questão de onde os jogadores ou as equipas vêm, mas sim o que eu faço para eles se importarem e trabalharem duro todos os dias. Embora eu ache que a maioria dos jogadores não está acostumada a terem um treinador a dizer-lhes como eles devem pensar ou agir, uma vez que eu ganhe o respeito deles, eles vão começar a querer saber tal como qualquer outro.

Como avalias a prestação da Electronik Generation até este momento?
Asier -
Acho que o nosso desempenho está bom até agora, estar no top 2 e ser a única equipa que conseguiu vencer a FTW até agora faz-me pensar que estamos a ir bem. Claro, a primeira semana não foi a melhor, mas não é sobre como o campeonato começa, é mais sobre quem fica no topo no final do split!

Olá Mahisto, passando a ti, atualmente a maioria das equipas aposta em ter um treinador como elemento chave da sua equipa. Achas que o papel de treinador em Portugal já é mais valorizado ou nem por isso?
Mahisto -
Atualmente, o papel de treinador em Portugal não está bem definido. Tomando o meu exemplo, sou mais um manager / mental coach / scout que treinador propriamente dito. Eu acho que tanto um treinador como a fama dele estão diretamente ligados aos resultados da equipa, por isso não há muito que se possa fazer para aumentar esta valorização. 

Achas que algum treinador português é demasiado desvalorizado quando é bastante bom em gameplan? E qual o melhor treinador atualmente na liga para ti?
Mahisto -
Acho que o melhor coach analista em Portugal é o Crusher. Independentemente de não ter nenhuma taça ainda, por ter já trabalhado com ele, sei que ele tem um conhecimento do jogo incrível.

Achas que a Doxa Gaming está a corresponder às tuas expectativas para este split? Quais as arestas que faltam limar?
Mahisto -
A Doxa Gaming esta a portar-se bem. Decidi trocar dois jogadores nesta altura (comeback e gods) por isso ainda estamos a adaptar-nos. Se a equipa continuar a trabalhar a este ritmo, a vitória é mais que possível.

Para terminar, o que pensas que deveria melhorar na LPLOL nos splits seguintes? 
Mahisto -
Penso que a LPLOL devia fazer todos os evento no Porto, melhor cidade do mundo.

Estamos ansiosos para a continuação da segunda volta deste split e para continuar a seguir a prestação destes quatros treinadores.

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