Eu estava a ver a stream dos 10 anos de aniversario da Riot e é apresentado o Legends of Runeterra e fiquei vontade de testar, pois parecia um card game um pouco diferente. Quando anunciam o “Preview Patch”, um “early early access” no final da stream, mas era preciso um drop! Passei um dia a “chorar” por não ter acesso, mas lá as minhas preces foram ouvidas e tive o drop. Tinha uma semana mais calma, então colei mesmo nestes 4 primeiros dias de Runeterra. Apesar de, não ser muito fã de Magic entre outros card games, joguei bastante Hearthstone durante algum tempo, jogava casualmente, talvez com um bocadinho de try hard á mistura quando spamava Ramp Druid.
PAY TO WIN?
Deixei de jogar por ser tão pay to win, eu tinha 2, 3 decks bons, e se quisesse mais tinha de pôr horas e horas, ou então comprava packs. Para um jogador casual meter horas e horas não acontece, então cansei-me. No entanto, Legends of Runeterra pareceu-me ser um pouco mais equilibrado nesse aspecto.
Existe o sistema de “Wildcards”. Que nos dá o poder de transformar uma “Wildcard” em qualquer outra carta à nossa escolha, desde que sejam da mesma raridade, ou seja, sai uma Champion Wildcard, eu posso fazer um Tryndamere, ou talvez uma Anivia, se sair um. Com isto, torna-se muito mais fácil de ter o deck que queremos, claro que temos de ter sorte para tirar uma wildcard num cofre, mas já não temos de ter sorte em calhar o “Champion” que queríamos e os cofres nem são assim tão difíceis de farmar, portanto, vão ter muitas oportunidades de sacar muitas wildcards. E pela minha experiência conseguem fazer um bom deck rapidamente.
FAZER UM DECK EQUILIBRADO?
Não demora muito até arranjar todas as Wildcards que precisam para fazer um dos decks mais populares, se quiserem dois decks vão ter de farmar mais um pouco! Mas, antes de tentarem fazer um deck que viram na net, testem, pois, um deck pode funcionar para uns, mas difícil para outros. No, entanto, há decks para todos os estilos de jogo! Existem 6 regiões, e dessas 6, só podemos utilizar 2 delas para fazer um deck de 40 cartas. Só podemos utilizar 6 cartas “Champion”, mas podemos ter 3 Champions iguais no deck, tal como acontece com as cartas de raridade inferior. Por isso, temos imensas possibilidades de decks e inúmeras combinações diferentes de regiões! Porém, tem de existir sempre, uma meta e nestes jogos é inevitável. Os decks mais populares, que vi no tempo que joguei eram sempre à volta do Teemo, Fiora, Anivia, Tryndamere, Jynx e Yasou. Havia alguns jogadores a spammar um pouco de “Ephemerals”, com os Champions, Hecarim ou Kalista.
O MEU DECK?
Eu encontrei o meu quando vi o streamer “Disguised Toast” a jogar de “Anivia/Tryndamere Control”, “Freljord” combinado com “Ionia”, para ter aqueles dirty “denies” que às vezes é preciso mesmo para bloquear aquele spell que te nega o lethal! É mesmo fun o deck, pelas winning conditions que temos! A Anivia quando morre fica em ovo, renasce no turno a seguir e dá level up e ainda, cada vez que ataca dá 1 de dano em área, nível 1 e 2, a nível 2, se usarmos o spell, ”Dawn and Dusk”, na Anivia ficamos com mais 2 anivias que morrem no final do turno, pois são “Ephemerals” e dão lugar a 2 ovos. Se os ovos aguentam até ao próximo turno, ficamos com 3 Anivias, duas de level 2!
A partir deste momento, a board é nossa, o controlo que temos é insano, por outro lado, o Tryndamere é o meu finisher, ou quando está complicado e com um bocadinho de sorte, é a carta da salvação. Uma carta 8/4 com “Overwhelm”, ou seja, todo o dano a mais que o “blocker” leva o nexus sofre. E ainda, quando morre dá level up e fica uma “9-9”, com “Tough”, leva menos 1 de dano nas trocas. Com spells de burst e outros ad dons, já cheguei a ter para cima de 23 de ataque só no Trynda. Tendo em conta que o Nexus tem apenas 20 de HP, é muito dano numa só carta. Ou então, posso utilizar um “Warmother’s Call” para trazer a minha maior “beast” todas as rondas, normalmente é a carta, “She Who Wanders” que volta sempre para a board. No entanto, a carta custa 12 de mana (pois, nós podemos armazenar, até 3 de mana, da que não gastamos). Por isso, só late game é que podemos utilizar a carta, devido ao seu custo. Se apanharmos um adversário a jogar de “Devil Teemo”, é melhor que o jogo não se alongue muito, aqueles shrooms começam a acumular de tal maneira que late game cada turno pode ser a defeat. É tão chato, o Teemo…. Odeio jogar contra Teemo. Está ao nível daquele player de Face Hunter, no Hearthstone.
E não, não me esqueci da Fiora! O deck à volta deste Champion é mesmo, “OP”. A Fiora, a nível dois, se matar 4 adversários, ganha a partida. Agora, imaginem a pressão que é tentar matar a Fiora a tempo, com ela a levar buffs, atrás de buffs e a ganhar todos os duelos, quando dá level up, vocês vão poder ouvir na vossa cabeça, “tic-tic, tic-tac”. Mas, não posso ficar apenas a queixar-me dos outros decks, pois eu sei que Anivia + Trynda Control também é chato.
GAMEPLAYYYYY!
Ao início, estranhei os 20 de HP no Nexus, pareceu-me pouca vida. Porém, com este sistema de block, podemos bloquear com todas as cartas em campo, a menos a que tenham escrito, “Can’t Block”, como a Anivia, ou então, se forem cartas “elusive”, como o Teemo, a atacar, só podemos defender/bloquear com outras cartas “elusive”. Isto faz com que seja mais difícil de atacar diretamente o Nexus. Mas, podemos sempre contornar com o uso de unidades com “Overwhelm” (o dano que é dado a mais num “blocker”, é redirecionado para o Nexus).
Este sistema torna o jogo mais longo. Cada partida pode demorar até 30 min, mas há sempre aqueles jogos de 5 a 10 minutos, em que temos um mau draw, early game e o adversário tem um bom. Aí começa o “snowball”, e pode ser grande demais para dar a volta. A sorte nem sempre está do nosso lado e é preciso ter alguma como em outros card games, Runeterra não é exceção. É verdade, vamos ter as mesmas azias que tínhamos no Hearthstone ou no Magic, por faltar 1 carta para nos salvar ou para ter lethal. Essa carta pode ser um spell. O problema é que nem todos os spells podem ser jogados de imediato como no Hearthstone. Existem os “Slow Spells”, que só podem ser utilizados fora de combate e o adversário pode responder, os “Fast Spells” podem ser utilizados em qualquer altura, podem ser respondidos e por fim, os “Burst Spells” que não podem ser respondidos. Para jogadores de Magic, este sistema de spells não será nada de novo.
Algo que me motivou muito, foi o facto de nós podermos responder sempre ao nosso adversário quando ele joga uma unidade ou Fast/Slow Spell. Portanto, para cada ação existe uma reação, o que torna o jogo muito mais imediato e dinâmico. Mas, ainda mais animei, quando reparei que não dava para atacar sempre. Existem turnos de ataque e turnos de defesa. Só se pode atacar, quando é o nosso turno de ataque e podemos escolher quais unidades irão atacar, podemos não atacar com todas. Tal como, podemos não usar todas as unidades para defender. E ainda, podemos sempre jogar cartas depois de um ataque. O turno só acaba depois dois jogadores aceitarem o final do mesmo, ou se não tiverem mana para jogar cartas, passa automaticamente. Por isso, se estiverem a defender e tiverem aquela carta pesada, mas têm medo de a perder, podem esperar que o vosso adversário gaste a mana toda, aguentam, e colocam a carta antes do turno acabar. No próximo turno, como é a vossa vez de atacar, podem ir atacar logo com a carta e evitam a possibilidade de slow spells que possam destruir a vossa carta.
“EXPEDITIONS”
No segundo “Preview Patch”, tivemos a abertura das “Expedetions”. O equivalente às Arenas do Hearthstone. Um draft mode, onde fazemos o nosso deck com as escolhas que nos oferecem, podem vir 3 ou 2 cartas de cada vez. Começa pela pick do Champion que queremos, entre 3 champions, escolhemos um. E a partir de agora, o draft será sempre alternado entre “Synergy Picks”, cartas relacionadas com o que foi escolhido anteriormente, e “Wild Picks”, cartas divergentes das anteriores, mas que permitem muda o caminho que o deck estava a tomar.
Em 14 picks, temos de escolher a melhor combinação, para ter um deck equilibrado e pronto para a caminhada de 7 passos. E só podemos tropeçar uma vez! Porque se tropeçarmos duas vezes seguidas, a Expedition termina. E se perdermos 1 jogo e ganharmos o próximo limpamos a derrota e podemos perder novamente. Eu, nem assim consegui chegar às 7 vitórias, podia ter tentado mais, podia, mas não houve muito tempo. No entanto, espero ter mais para a próxima.
Legends of Runeterra volta no início de Janeiro de 2020 com o “Closed Beta”, onde é previsto ter o desejado sistema de Rank, por isso estou deveras ansioso pela reabertura deste jogo que promete.
Hasta, 5YNCO!