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O adeus à reforma de Joaos92
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Para uns, uma cara conhecida, para outros, um adversário de um passado distante. Apesar de ter abdicado do mundo competitivo pela sua stream, a escolha não se revelou ser de todo a pior. Como criador de conteúdo de League of Legends evoluiu, juntou e influenciou toda uma comunidade gaming, algo que não passou despercebido aos olhos da Riot que o convidou no verão passado para um Summit onde participaram vários Rioters, casters e managers de equipas com o intuito de desenvolver ideias para dinamizar mais o LOL em cada região. Mas, apesar de todos estes feitos e oportunidades, JoãoS92 confessou-nos que a vontade competitiva nunca o largou e este ano decidiu deixar a aposentadoria em stand by, e abraçar um novo projeto na Moche LPLOL, a equipa dos Why.

Olá João. Analisando os jogadores dos Why que se encontram agora noutras equipas, podemos concluir que fizeram grandes mudanças na equipa. Porquê a mudança radical de roster?
Sim é 100% nova. Os jogadores todos mudaram-se para outras equipas e quem estava à frente dos Why também decidiu juntar-se a outro projeto, pelo que fui abordado no sentido de pegar nos Why e constituir algo do zero. Aceitei, mas não tive muito tempo e entreguei o roster mesmo no limite do prazo de entrega.

A equipa é, portanto, muito recente. Ainda estão a fazer ajustes?
Neste momento já temos os membros para a 1ª split escolhidos, mas ainda não definimos os 5 titulares. Como a equipa foi formada muito em cima da hora estamos a fazer testes para avaliar a melhor combinação de jogadores.

O vosso primeiro jogo é já dia 3 contra a Doxa Gaming, mas também eles mudaram bastante o roster. Achas que continuam a ser a ameaça de outrora ou vai ser um jogo equilibrado?
Esta edição da LPLOL, como consequência de em 2017 terem existido mais ligas, competições e mais jogadores a jogarem competitivamente, culminou numa junção dos melhores jogadores portugueses ativos a nível competitivo. Acho que não há más equipas, das 8 que estarão a jogar são todas excelentes. Os Doxa tinham uma excelente equipa e acabaram o ano em segundo lugar. Apesar de terem modificado o roster, conseguiram novamente juntar um grupo de jogadores fortíssimos. Não conheço ainda todas as equipas, mas mesmo tendo um roster forte já não considero os Doxa top 2 ou 3.

Porquê voltar agora ao competitivo quando te tinhas "reformado" há dois anos, mencionando várias vezes em stream que não voltarias a competir?
Eu desde sempre que tenho um bichinho competitivo dentro de mim, mas quando comecei a trabalhar não tinha muita disponibilidade de tempo, pelo que tive de optar entre a stream e competir. No início da LPLOL tentei conciliar, mas não resultou muito bem, não só porque ao fazer stream me exponho muito mais sendo depois fácil dar-me target a nível competitivo, como também quem jogava comigo acaba por ficar mais exposto e nem todos gostam disso. Acho que a stream sempre influenciou negativamente não só a equipa, como jogadores que jogavam comigo. O que me fez aceitar desta vez foi o facto de a split ser mais curta. Quando eu comecei a jogar na LPLOL a competição durava, mais ou menos, 9 meses, mas agora com a divisão em 3 splits, torna-se mais fácil eu separar a stream do competitivo. Obviamente que este mês dedicarei menos horas à stream, mas é menos tempo seguido que tenho de dedicar à competição.
Basicamente o que convenceu a sair da “reforma” foi o conjunto da oferta que achei interessante onde serei capitão dos Why, com o facto da split ter uma curta duração.


Joaos92 a jogar pelos K1CK na Grade Final de 2016.

Então pelo que referiste, só queres competir temporariamente esta primeira split, para satisfazeres a tua veia competitiva e depois voltares a dedicar-te mais à stream, ou é para ficares todo o ano na competição e tentar alcançar o mais longe possível?
De momento vou ver split a split. Depende de como correrem as coisas com a equipa, o lugar que alcançarmos e a envolvência das pessoas. Também estou numa idade que já não quero fazer disto vida. Há jogadores portugueses que ambicionam ir jogar lá fora, mas eu quero somente acalmar esta sede competitiva que não é há muito saciada.

Achas que tens muito para “apanhar” para estares em igual forma de jogadores que têm estado ativos competitivamente?
Tenho de trabalhar um pouco, pois há dois anos que não compito e o jogo de Solo Queue é totalmente diferente do competitivo. Mas como está o LOL atualmente, o nível de skill individual tem a sua importância, mas o jogo de equipa tem mais destaque e impacto no resultado final. Acho que o que tenho de trabalhar mais, não é tanto a nível individual, mas na capacidade de me integrar com a equipa e trabalharmos bem juntos.

Qual o jogador da Moche LPLOL que será mais difícil enfrentar no rift e porquê?
A mid lane está repleta de bons jogadores, admiro bastante o Xaky, mas diria que o Baca é capaz de ser o adversário mais difícil neste momento, devido ao jogo agressivo na laning phase.

Nos últimos anos como espetador que notas de diferente no público e nos jogadores da Moche LPLOL?
Os jogadores têm levado a competição mais a sério. Lembro-me no primeiro ano da estreia da LPLOL que os jogadores mal faziam treinos e nos jogos da liga chegavam atrasados, acontecendo isto com mais do que uma equipa no início. Ao verem a competição noutras ligas estrangeiras perceberam que em Portugal também poderíamos chegar a esse nível e começaram a trabalhar mais e a levar os treinos mais a sério, pelo que começou a haver uma mudança de mentalidade. O ano passado já foi bom a nível competitivo, e a Moche LPLOL ter voltado à Twitch também foi um fator positivo impactante. Este ano com a oficialização da Moche LPLOL pela Riot, haverá tendência a crescer ainda mais a qualidade do jogo português, e a liga europeia trará mais gente para cá. Temos também portugueses na LCS, o Minitroupax como jogador e o Guilhoto como treinador, o que traz mais visibilidade para Portugal e para a nossa scene competitiva. Portanto, com todas estas mudanças e feitos, acho que vai ser um bom ano para os espetadores. O facto de os jogadores terem-se mantido ativos ao longo destes anos, mesmo com a entrada de novos, permite a quem assiste aos jogos saber o nome de quase todos e se tiver algum favorito acompanhar o seu percurso e apoiar a equipa que o jogador integre.



Joas92 com presença assídua na Analyst Desk da Moche LPLOL em 2017

Estiveste atento aos qualificadores e placements deste ano? O que achas da qualidade das equipas e do espetáculo dado comparando com qualificadores de anos anteriores?
Sim, estive. Tendo em conta a quantidade de jogadores ativos competitivamente, aliado ao fato deste ter sido o último qualificador onde era possível aceder diretamente à primeira divisão e de a Moche LPLOL dar acesso à European Cup, este qualificador foi levado muito mais a sério. Obviamente que houve menos equipas a participar, comparando com a primeira edição da LPLOL, mas as que houve foram todas fortes. Vimos algumas surpresas de equipas que talvez não fossem as favoritas, isto falando já nos Placements, onde o Estoril jogou lindamente e chegou inclusive a ganhar uma vez aos Sharks, mostrando que a qualidade de equipa realmente prevalece em relação a skill individual. No geral, a qualidade de todas as equipas do qualificador foi superior à dos anteriores, e vamos ter muito boas equipas nas duas divisões.

Foste várias vezes convidado para a analyst desk da Moche LPLOL. Que previsão podes fazer do que será este primeiro split?
Numa primeira análise, e ainda não conhecendo todos os jogadores, eu diria que já há um top 4 mais ou menos definido. Os K1ck, que provavelmente ficarão em primeiro, não só pelo historial de vitórias, mas porque têm bons jogadores empenhados e continuam a investir em melhorar, estando neste momento a fazer um bootcamp na Lituânia. A seguir Up, com a equipa que juntaram mais o staff também estão fortíssimos, tendo grandes capacidades para disputarem o primeiro lugar. Os Sharks que têm alguns membros dos Why (equipa que teve uma boa fase o ano passado, apesar de ter caído mais para o final), um bom staff e organização que é fundamental para evoluírem. E finalmente a For The Win que é uma equipa histórica, tendo sempre conquistado os 4 primeiros lugares desde o início da LPLOL. Fez bastantes alterações no roster, olhando para os nomes dos jogadores, conseguiram juntar novamente uma equipa bastante forte, obviamente que falta depois ver se os jogadores conseguem adaptar-se bem uns aos outros, que é crucial. A meu ver, este seria o top 4. Os Doxa estão com uma equipa completamente nova, mas têm o Reativo na jungle que já esteve em grandes equipas portuguesas e é um excelente jungler. Acho que o Reativo será o principal fator da equipa. Dos EGN ainda não sei bem o roster, por isso é difícil comentar, por enquanto. Os XD não tenho qualquer informação dos jogadores. E por último a nossa equipa. Acho que os últimos 4 lugares vão ser disputados entre estas equipas.

Achas que logo nesta primeira jornada na ClickFiel Arena as equipas vão dar o tudo por tudo devido à ferocidade competitiva que temos este ano?
Acho que sim, começar com o pé direito é sempre importantíssimo. Há também o fator LAN que é sempre muito interessante, pois há equipas que não estão habituadas e não se espera tanto delas e depois surpreendem. Penso que dia 3 as equipas vão dar o tudo por tudo para ganhar logo o primeiro jogo.

Acima de tudo quais são os objetivos dos WHY para este split?
Para já é conseguirmos jogar bem juntos, independentemente dos resultados, fazer bons jogos e manter a manutenção da equipa para a 2ª split.

Gostavas de deixar algum comentário?
Gosto sempre de agradecer aos meus viewers e subs, que independentemente de eu jogar competitivo, têm-me sempre seguido e apoiado ao longo dos anos. Tenho a certeza que me continuarão a seguir quando eu anunciar que vou voltar a jogar competitivamente, por isso quero agradecer especialmente às pessoas que me apoiaram ao longo dos anos e nunca vão deixar de apoiar.

Agora se calhar a Moche LPLOL vai ter ainda mais espectadores por ter lá uma cara conhecida.
[Risos] Sim, espero que sim! Voltar a bater record de viewers como fizemos no primeiro ano da LPLOL.

Obrigada João pela conversa interessante e esperamos que quem te apoia o continue a fazer e te venha a acompanhar, desta vez num cenário mais competitivo.

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